Dizia-me uma amiga há pouco que um amigo do namorado dela estava triste e cabisbaixo. Motivo? A namorada deixou-o. Motivo? Saudades do ex-namorado. Solução? Voltar também para a ex-namorada.
Situação estúpida, para não dizer ridícula. Então ele está tão triste e vai voltar para a ex? E a rapariga aceita... Vão-me perdoar se este texto vos soar feminista, mas também já todos estamos habituados à interminável guerra dos sexos - se bem que isto nem é uma mini guerra dos sexos, é um intervenção dada por uma mulher e, como tal, a roçar no feminismo (está-me no sangue!). Os homens têm muito a mania; têm a mania que são espertos, têm a mania que as mulheres são parvas e fracas; têm a mania que sabem tudo: acima deles, só Deus... e nem sempre! Acham as mulheres complicadas, especialmente quando estão com TPM (que raio de desculpa para ralhar por tudo e por nada e para não querer ter sexo!). Eu, mulher, feminista, acho isso uma grande calúnia, porque se há coisa que as mulheres são é práticas. Podem até nem ser - e há muitas que não são - desenrascadas, podem ser - e há muitas que são - preguiçosas, mas são práticas. Excepto no amor. E o mito da TPM: não é um mito; é uma realidade. Uma dura realidade, tanto para homens como para mulheres - ou pensam que gostamos de andar enervadas uma semana, em que nem o gato nos serve de consolo, a chorar com as telenovelas e a enfrascarmo-nos de doces? Ah... E em relação à desculpa da TPM para evitar o sexo... ACORDEM! Se o sexo fosse mesmo bom não havia desculpa possível. Bom, mas não vamos por aí, porque isso dá pano para mangas...
Acho que os homens erram mais ao achar que as mulheres são parvas. Conheço casos de traições quase descobertas, de pistas tão óbvias que é impossível negar, mas que são negadas, e porquê? Porque se ama; e não há amor como o da mulher. Porque a mulher fecha os olhos ao óbvio para evitar uma ruptura, um sofrimento, uma desilusão. A mulher aguenta até à última, até não dar mais, e é capaz de viver dias angustiantes ao lado de uma pessoa que - e ela sabe - não merece. Não sei se isto é uma qualidade ou um defeito. Mas em casos semelhantes passados com homens, em que as aparências não iludem e a mulher põe-lhe um valente par de cornos, as coisas terminam ali, vai cada um para seu lado. Aqui, tenho que admitir, que os homens são mais práticos, mas todos sabemos que a razão nem sempre anda de mãos dadas com o coração, e como dizem as gentes: "Os males do coração são os mais difíceis de sarar". Tudo isto para dizer que as mulheres não são parvas, são inteligentes, muito mais do que se pensa, mas o sangue da mulher sofredora dos antepassados ainda corre nas nossas veias.
Os homens são de facto mais práticos que as mulheres no amor, mas até disso têm a mania. Devíamos ser mais frias como eles, mas somos umas alminhas que ainda acreditam que o príncipe encantado chega de cavalo branco para nos amar incondicionalmente. Se eles não querem, nós vamos atrás; se eles ainda não querem, nós choramos e lamenta-mo-nos. Eles não; ainda que andem tristes um dia ou dois, num instante esquecem aquela que era o grande amor da vida deles e arranjam outra. Se não tiverem já outra, e se essa outra não tiver outro.
No fundo, todas nós somos homens. E eles também são mulheres, mas nuns nota-se mais.
2 comentários:
Deixa-me dizer-te que de defensora das femmes sou pouco, mas tão muitas verdades neste texto, principalmente na parte final.
Sim, no fundo muitos homens são femmes e agem como elas. As mulheres podem ter menos inteligência que os homens, podem não construir pontes nos EUA, etc... Mas são espertas quando a situação lhes convém e as preocupa: amor.
Sim, essa palavra que é o nosso maior mal. São espertas para observar os maridos, ver com quem saem, para onde vão, a que horas vão, etc... Mas depois de saber umas quantas verdades (muitas delas mázinhas) são fracas numa solução eficaz e raramente acabam uma relação por mais razão que elas têm.
Comodismo, palavra que amamos. Muitos homens têm sorte... mas atenção: não vos amamos mais por perdoar! Amamos é o comodismo!lol
Não me canso de ler este texto.
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